Sempre fui um admirador da cultura do skate. Já me aventurei em algumas pistas do bairro onde moro, na capital paulista, mas entendo que me falta talento e aceito que minha melhor manobra nesse universo é a admiração. E foi durante esses momentos de observação que comecei a perceber alguns conflitos entre homens e mulheres na pista de skate. Principalmente após me tornar pai de um menina chamada Luisa.
O skate poucas vezes foi entendido como um esporte e para grande parte da sociedade durante muitas décadas foi visto como uma contracultura. Para quem está inserido nesse cenário, o skate é um estilo de vida e, para as mulheres, passou a ser uma luta pela igualdade de gênero e respeito.
Segundo dados da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), o Data Folha revelou que 8 milhões de pessoas praticavam o skate no Brasil em 2019, sendo que 2 milhões eram mulheres naquele período. O levantamento indica que houve crescimento da participação feminina de 75% nos últimos três anos. Número que certamente aumentou ainda mais até os dias de hoje, principalmente com a presença vitoriosa de Rayssa Leal nas Olimpíadas de Tóquio.
“A representatividade é uma das protagonistas da questão do incentivo ao skate feminino. Isto é, para que uma mulher se encoraje a subir no skate, é de suma importância que ela tenha referências femininas para se espelhar, se inspirar e até mesmo acreditar no próprio potencial diante dos obstáculos.”
Contribuir com o aumento da presença feminina no skate e inseri-las em um universo mais acolhedor, com igualdade de gênero e menos preconceituoso.